domingo, 7 de fevereiro de 2016

A Redenção da Preguiça

Para continuarem vivas, as pessoas preguiçosas sabem, no fundo, que, apesar da sua preguiça, precisam ter o trabalho de provar, para si mesmas, que elas fazem algo de relevante na vida. Sem isso, a preguiça seria acrescida de uma consciência niilista sem máscaras nem pretextos, beirando a uma apatia completa, a uma paralisia total. O suicídio seria uma saída natural; em outras palavras, seria a confirmação de uma real consciência da desimportância.

No entanto, as redes sociais, hoje, funcionam muito bem ao dar uma aura de importância e de reconhecimento às pessoas por simplesmente elas não dizerem e não fazerem nada de autenticamente relevante nas suas vidas concretas. Ou seja, as redes sociais reconhecem também a falta de empenho intelectual, de autenticidade vivencial e de criatividade de pensamento da existência indolente. As redes sociais são o Rivotril cultural da nossa época. Evitam o suicídio em massa dos preguiçosos.

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