Hoje sou apenas sensação sem nome:
Nem dor, nem gozo, nem êxtase ou melancolia.
Hoje sou só algo de além do dito:
O dito pelo não dito? Algo de interdito.
Hoje não sou frisson, angústia, espanto,
Não sou rancor, furor, medo, pranto.
Hoje sou só algo que escapa a qualquer palavra:
Alguma coisa de intocada, ainda imaculada.
Enfim:
Hoje a poesia é pouca,
A métrica é estreita,
A estrofe é curta.
Talvez, hoje, o
silêncio tenha
Algo de mais exato
Para expressar
A inexatidão
Do que sinto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário